Uma pesquisa recente aponta que as pessoas da Região Metropolitana de Campinas estão tendo maior controle de seus gastos e investimentos. A pesquisa entrevistou 200 pessoas, e cerca de dois terços dos entrevistados afirmaram que, ao final de cada mês, sabem exatamente onde gastaram o dinheiro. O professor de finanças, e autor da pesquisa, Marcelo Veras, se disse surpreso com o resultado. “Eu fiquei particularmente surpreso, pois esse número é assustadoramente alto, a maioria das pessoas que converso nos últimos 10 anos não sabe explicar para onde foi o dinheiro”.
Além disso, 70% dos entrevistados fazem de alguma forma a gestão das finanças. Planilha no computador é a forma mais utilizada, seguida por bloco ou caderno de anotações e, por último, aplicativo no celular. Na opinião de Veras, a crise econômica pode ter levado grande parte da população a ter uma consciência maior da necessidade da gestão das finanças pessoais.
A empresária Ainoã Scatolin disse que recentemente, após um curso de MBA, passou por uma reeducação financeira, e mudou a forma de pensar quanto a gastos e investimentos. “Eu tinha dinheiro na poupança, e com algumas dicas migrei para investimento em tesouro direto, que é muito mais vantajoso, além disso, eu tinha medo de investir, e perder o dinheiro”.
Outro dado da pesquisa diz respeito àqueles que já guardam algum valor pensando na aposentadoria. “30% dedica parte de seus ganhos para aposentadoria, quem trabalha na iniciativa privada o nível de consciência de que precisa compor uma reserva para aposentadoria cresceu, na minha visão, bastante”.
Isso envolve uma mudança de comportamento. Veras ensina que o dinheiro para reserva financeira jamais deve ser aquele que sobra após os gastos do mês, e sim, deve ser separado antecipadamente e considerado como uma das despesas mensais. Aionã passou a gerir sua reserva financeira dessa forma. “Essa que é a mudança do pensamento, o dinheiro do pensamento ou poupança/reserva não pode ser nunca o que sobrar, ele tem de ser sempre reservado antes. Nossas despesas, nosso padrão de vida, tem de estar adequado à quanto a gente ganha, já considerando essa reserva”.
Veras aponta cinco pontos fundamentais para o controle financeiro, de forma que a pessoa deixe de contabilizar e passe a conduzir seus gastos. São esses: Conhecer bem a própria situação financeira, número a número; fazer um acompanhamento mensal do valor patrimonial, receitas e despesas; estabelecimento de objetivos de curto, médio e longos prazos; jamais gastar mais do que ganha; e procurar ajuda profissional ou de amigos que façam uma boa gestão financeira.