As chamadas compras do mês estão em queda no Brasil. É o que dizem uma pesquisa da Kantar Worldpanel e também os próprios brasileiros, que estão consumindo menos e com menor frequência. A crise no País é a principal causa. Se antes as idas ao mercado eram baseadas na ideia de fartura em muitas famílias, a ordem nas ruas é economizar e só levar para casa o básico e o que pode ser consumido em poucos dias. As opções mais baratas são mais visadas.
Para o economista e professor da Unisal, Fabiano Bellati, a mudança acontece devido à necessidade de evitar as perdas e aproveitar melhor o orçamento. Isso faz com que os gastos diário e semanal sejam mais planejados. Ao invés de encher a geladeira e correr o risco de se complicar com outras contas a pagar, por exemplo, Bellati cita que a saída encontrada por muita gente é comprar de maneira pontual. No lugar do excesso, o consumo racional.
Outra consequência do momento ruim em grande parte dos indicadores também pode ser sentida do outro lado, entre as marcas. Para o economista da Unisal, nem mesmo os produtos e embalagens escapam da redução dos custos. A recomendação dele aos clientes é para que prestem atenção nas prateleiras. O motivo é a alteração nos pesos e medidas, que muitas vezes podem não representar a alteração no preço, mas sim da qualidade e do custo-benefício.
Apesar da situação econômica do País e do reflexo dela na cesta básica, o brasileiro também arranjou espaço para novas tendências. As vendas de chá líquido subiram 71%, as de cappuccino solúvel e de molho para salada, 25%. O motivo para isso mais uma vez é o custo-benefício, já que outros produtos tiveram queda. Segundo os dados da pesquisa da Kantar, iogurtes, lâminas de barbear e inseticidas tiveram reduções de 15%, 12% e 11%, respectivamente.