O sigilo do caso Ouro Verde foi levantado pela justiça e a reportagem teve acesso a áudios de Whatsapp enviados por Fernando Vítor, que seria o lobista no suposto esquema de corrução no hospital de Campinas, durante gestão da Vitale.
Fernando foi preso na 1° fase da operação no final do ano passado e Neto citado nesta conversa, seria o médico da Organização Social, Osvaldo Perezi Neto, detido neste mês de março na 2° fase. Ele usaria a empresa Segamar Consultoria Empresarial Ltda, ligada a ele, para emitir notas falsas. Neste áudio, o suposto lobista conversa com o ex-coordenador da secretaria de saúde, Ramon Luciano da Silva, que também foi preso, explicando como conseguiria o dinheiro para supostamente desviar verba.
Em várias conversas, trocam mensagens de problemas no recebimento, chegando a citar a prefeitura de Campinas.
Áudios enviados por Fernando ainda mostram situação crítica no Hospital Ouro Verde e problemas entre a gestão e a pasta de saúde.
Diante desse cenário, Ramom e Fernando Vítor citam nomes de dentro da prefeitura, que seriam contas mais diretos dos dois. São citados Anésio Corat Júnior que foi preso na 2° fase, após o Ministério Público encontrar R$ 1,2 milhão na casa dele e do Secretário de Assuntos Jurídicos, Silvio Bernardin.
Ao todo, 98 áudios de Whatsapp foram interceptados entre Fernando Vítor e Ramom Luciano da Silva, fora as mensagens escritas. Entre elas, o suposto lobista, mostra preocupação em ser grampeado.
NOTA DA PREFEITURA DE CAMPINAS
Em vários meses de investigação feita pelo Ministério Público, não há uma única conversa de integrantes de primeiro escalão da Administração Municipal que se relacione com o caso de corrupção em apuração.
As citações de nomes do primeiro escalão são feitas por terceiros e tratam de tentativas frustradas de se conseguir aditivos ao contrato de gestão do Hospital Ouro Verde, lembrando que não foi liberado um centavo sequer de recurso adicional.
Importante esclarecer que há dois momentos diferentes, dois ambientes referentes à questão da Operação Ouro Verde:
– Um que mostra a conversa entre os envolvidos, que estão presos, com indícios de desvio de recursos. O MP está investigando e a Prefeitura aguarda o resultado das investigações e está à disposição para colaborar com o MP e com a Justiça.
– Outro no qual eles dizem que precisam conseguir mais recursos da Prefeitura, relatam pressões e suas frustrações por não conseguirem o resultado esperado.
Misturar esses dois ambientes provoca uma confusão que em nada colabora para a elucidação do caso.
A Prefeitura de Campinas, assim que teve início a operação do MP, afastou a Vitale da gestão do hospital e exonerou as pessoas acusadas de envolvimento no caso. Um deles, que é servidor de carreira, responde a processo administrativo interno.
A Rede Mário Gatti, elaborada ao longo de 2017, aprovada na Câmara e sancionada na forma da lei 191 de 8 de março de 2018, assumiu a gestão do Hospital Ouro Verde.