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Monumento a Carlos Gomes é marcado pelo abandono

Um dos maiores artistas brasileiro de todos os tempos, o maestro Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, é reverenciado em todo mundo por sua obra. Em Campinas, cidade onde o compositor nasceu em julho de 1863, são várias as referências ao cidadão ilustre, sendo a maior delas, o monumento-túmulo, local onde está os seus restos mortais na Praça Bento Quirino, no marco zero de Campinas. O maestro morreu em Belém do Pará em 1896. O monumento foi inaugurado em 16 de setembro de 1905, quando o corpo de Carlos Gomes foi trazido de volta para Campinas. A pedra fundamental do local foi lançada por Santos Dumont, o pai da aviação, e a escultura foi assinada pelo artista Rodolfo Bernardelli, um dos maiores nomes da escultura brasileira. O monumento-túmulo feito em granito tem a cantora lírica Maria Monteiro na base, representando a cidade de Campinas, e no topo, uma imagem em tamanho real do maestro, como se ele estivesse regendo uma orquestra.

A obra é um dos cartões postais de Campinas e mesmo assim, a falta de cuidado com o patrimônio histórico do município preocupa a população. A grama no local geralmente está alta, as grades de proteção estão danificadas em alguns pontos, o lixo se acumula diariamente no espaço e as estátuas estão sujas. O professor de história da arte e membro da Academia Campinense de Letras, Duilio Battistoni Filho, acredita que grande parte da sociedade brasileira não se importa e não valoriza as obras de arte. Ele afirma que a população tem uma responsabilidade maior com o problema de conservação do monumento do que o próprio poder público. O advogado José Maia, disse que o monumento-túmulo é representativo para a história de Campinas, pois homenageia não apenas o maestro Carlos Gomes, mas também outras grandes personalidades que marcaram o município. Segundo ele, a falta de cuidado é um desrespeito à memória dos homenageados. O aposentado Roberto Lourenço teve dificuldade em expressar o sentimento com o abandono das obras de arte de Campinas. Ele acredita que o ideal seria que o poder público usasse a obra de Carlos Gomes, através do monumento, para passar conhecimento às novas gerações.

A assessoria da prefeitura informou que mantém uma equipe que faz um rodízio para lavar as obras de arte e monumentos da região central, com o uso de um produto especial aprovado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas. Em relação aos atos de vandalismo, a Guarda Municipal trabalha na região central com um efetivo de 82 homens.

 

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