Cerca de quatrocentas famílias de Campinas voltaram a montar barracos improvisados em um terreno do Jardim Ouro Preto, mesmo depois da derrubada das estruturas por equipes da Prefeitura nesta terça-feira. O grupo chegou ao local, na região do Ouro Verde, no último dia 14 e foi surpreendido por uma ação de diversos órgãos por volta das 6h da manhã, quando um trator entrou na área de 120 mil metros quadrados com o apoio de guardas municipais.
Um dos representantes, que preferiu se identificar somente como Fábio, defende o movimento e diz que a proprietária da área autorizou a ocupação. Para ele, os agentes do Executivo agiram de forma truculenta. Ela ainda alega que a maioria das pessoas não tem para onde ir. Muitos vivem na casa de parentes e não teriam condições de pagar aluguel. É o caso de Ana, mãe de cinco filhos e que espera há 10 anos por moradia.
Logo depois da saída dos membros do Executivo do local, por volta das 9h, ela se reuniu com outras mulheres que se reorganizavam para retomar a montagem dos abrigos e barracos de madeira e lona. Em nota, a Prefeitura afirmou que avisou as famílias no sábado sobre a ação desta terça-feira e disse que uma varredura feita no terreno antes da desmontagem constatou que não havia ninguém dentro das barracas.
O comunicado ainda defende a operação conjunta entre as pastas de Habitação, Serviços Públicos e Meio Ambiente com o apoio da Guarda Municipal e explica que tudo foi baseado em um decreto municipal. Segundo a Administração, o dispositivo legal permite a atuação do Grupo de Controle de Ocupações e Danos Ambientais e prevê o crescimento ordenado do município e a proibição de parcelamentos irregulares. Sobre a retomada do acampamento, a nota explica que a fiscalização será contínua e que a retirada será feita sempre que necessário.