Os alunos da Escola Carlos Gomes, em Campinas, encerraram na tarde desta quarta-feira a ocupação que já durava quase 40 dias. A unidade de ensino era a única que ainda estava ocupada na cidade após o Governador Geraldo Alckmin suspender a reorganização das escolas estaduais.
A ocupação continuava porque o alunos queriam o afastamento da Diretora da escola, Mirian Shimizu, que segundo eles, perseguiria alunos por conta de vestimentas, e agiria com preconceito contra eles. Ela foi afastada pela Diretoria de Ensino por 30 dias, e as denúncias serão apuradas.
O aluno do terceiro ano, Carlos Henrique dos Santos, explica por que resolveram suspender a ocupação, e garante que os alunos entregaram o prédio em boas condições. “Estamos entregando a escola ao dirigente de ensino devido ao afastamento da diretora. A escola está na mais perfeita ordem. Vamos aguardar o inquérito administrativo sobre as denúncias que fizemos”. Ele disse ainda que acredita que se a Diretoria de Ensino realmente apurar as denúncias, não haverá possibilidade de retorno da diretora, mas caso ela volte, a retomada da ocupação, ou outras ações de protesto podem ocorrer.
Nivaldo Vicente, Dirigente Regional de Ensino Campinas Leste, foi o responsável por conduzir as negociações e quem recebeu a escola de volta dos alunos. Ele conta como foram as tratativas. “Atendemos as reinvindicações dos ocupantes, agora estamos retomando as escolas. Semana que vem haverá uma reunião com os professores para homologar o calendário escolar. Quanto à diretora, ela está de férias, e vamos estudar um dossiê sobre ela entregue pelo grupo de ocupação, e faremos uma análise para decidir o que acontece”.
A suspensão das aulas por conta da ocupação prejudicou alunos do terceiro ano, que para ingressarem na faculdade em 2016, precisam do certificado de conclusão do ensino médio. Alguns pais estiveram presentes na escola reclamando da ocupação, como Marli Nardez, Aposentada mãe de um aluno nesta situação. “Não tem quarta nota, não tem documentação. E agora, como fica a situação? Não vai ser adiado o Prouni, o Alckmin não aceitou encerrar o ano letivo”.
O Dirigente de Ensino diz que não pode dar o certificado sem que haja a conclusão do curso. “A diretoria está dando declaração de matrícula, não conclusão de curso, pois é preciso encerrar o curso. Algumas faculdades aceitam, mas não sei dizer se para o Prouni é válido. Damos a declaração de que o aluno está matriculado, mas de conclusão não existe, pois não acabou o calendário ainda”.
Os professores se reunirão na semana que vem para decidir quando e como irão repor os 25 dias de aula que faltam para a conclusão do ano letivo. O provável é que estas aulas ocorram no mês de janeiro.
