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Avanço da Aids sobre os jovens traz preocupação

Associação Esperanã e Vida
Associação "Esperança e Vida" trata pacientes infectados com Aids há 25 anos

Dezembro começa com o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data sempre traz o foco para uma das doenças mais nocivas ao ser humano. Em Campinas, desde o primeiro caso nos anos 80 até hoje foram registrados pouco mais de 7.300 casos.

Atualmente estima-se que haja em acompanhamento de 5 mil a 5,5 mil pessoas com Aids no município, e a preocupação aumenta por conta do fato da mudança da faixa etária dos infectados, como explica o Médico Infectologista e Coordenador do Programa Municipal de Dst/Aids/Hepatite, Josué Lima. “Até alguns anos atrás a faixa etária com maior número de pessoas com Aids era dos 30 aos 39 anos, agora isso está mais concentrado na faixa de 15 a 29 anos”.

Associação Esperança e Vida
Associação “Esperança e Vida” trata há 25 anos de pacientes infectados com Aids

Ele ressalta a importância da realização do teste sanguíneo que verifica se a pessoa está ou não contaminada. O teste é rápido, e quanto antes for identificada a doença, maiores as chances de tratar a Aids adequadamente.

O sociólogo Roberto da Silva, que há 25 anos fundou a Associação Esperança E Vida, que trata pessoas infectadas pela Aids, comenta sobre a necessidade das campanhas de prevenção à doença, pois na opinião dele, os jovens não tem a real noção do que significa ser infectado pela aids. “A geração que está aí hoje não tem medo do HIV, não tem medo da Aids. Vivem de uma sensação de que que se pegar o HIV, agora tem remédio. A chegada do coquetel trouxe esperança, você pode ter uma sobrevida com qualidade, mas a Aids ainda é uma doença incurável e fatal”.

Silva alerta para os efeitos do uso prolongado do chamado “coquetel”, nome dado ao conjunto de remédios tomados pelos pacientes que realizam o tratamento da Aids. Ele diz que após 10 anos ou mais de uso, outros problemas de saúde podem surgir. “A maior parte dos óbitos aqui na Esperança e Vida durante os anos foi por conta dos efeitos colaterais da medicação, como pancreatite e cirrose medicamentosa. O coquetel não é a solução definitiva da Aids”.

Márcio é portador do vírus da Aids há mais de 20 anos. Aposentado por invalidez, ele conta como passou a ser a sua vida após descobrir a doença, e comenta sobre os efeitos do coquetel sobre ele. “Tenho uma vida diferente, tem de tomar muito remédio. Agora mesmo estou sob efeito de remédios. Cheguei perto da morte, tive depressão, mas graças a Deus recuperei”.

Mas a Aids nem sempre é passada por meio de relações sexuais ou uso de drogas injetáveis. Eliane passou a ser portadora do vírus do HIV após uma transfusão de sangue para tratar uma doença hereditária. “Eu não sabia que tinha essa doença rara, passei mal, tive que ser entubada e tive que receber transfusão de sangue. Uma semana após eu receber a transfusão o banco de sangue me procurou para informar que a bolsa que recebi estava contaminada”.

Isso aconteceu por conta da chamada “janela imunológica”, intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da Aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue.  Ou seja: a pessoa doou sangue logo após ter sido infectada. E por isso os exames de sangue deram negativo para o HIV.

Portando, doadores de sangue que tenham se exposto ao risco de contaminação pelo HIV devem adiar a doação de sangue. Também é sempre importante ressaltar a necessidade do uso de preservativos nas relações sexuais, e uso de seringas descartáveis.

A Associação “Esperança e Vida” é mantida exclusivamente por meio de doações. Quem tiver interesse em colaborar, pode entrar em contato pelo telefone (19) 3227-9515.

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