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Moradores da Vila Soma vivem expectativa de reintegração de posse

A reintegração de posse da área conhecida como Vila Soma, em Sumaré, foi determinada pela justiça para acontecer no dia 14 deste mês. A iminente retirada das cerca de 2,5 mil famílias que vivem no local, expõe o medo e o clima de tensão entre moradores, que afirmam que não têm para onde ir. A área, de mais de 500 mil metros quadrados, é privada e foi ocupada em 30 de junho de 2012, quando centenas de barracos foram construídos e os moradores improvisaram abastecimento de água e energia elétrica.

Biblioteca da Vila SomaHoje, a situação é bem diferente. A Vila Soma tem uma estrutura parecida com um bairro, com algumas ruas asfaltadas, áreas de lazer e comércio. A liderança do bairro foi responsável pela construção de uma quadra de esportes, uma biblioteca com um acervo de mais de 1,2 mil livros e de um centro de doações de roupas, que são repassadas para as famílias mais carentes.

Com a decisão da justiça, os moradores não sabem o que fazer e afirmam que devem resistir porque não têm para onde ir. Ricardo Mendes Thomas é uma das lideranças do bairro e disse que os moradores não se opõem à saída da ocupação, desde que tenham um lugar para onde ir. Segundo ele, com a incerteza sobre o futuro, as famílias não estariam dispostas a cumprir a ordem de reintegração de posse. Gina Gomide Ribeiro mora e trabalha na Vila Soma há mais de três anos e não esconde o medo de perder a casa e o emprego. José Antônio Pereira disse que a falta de solução para o problema tornou-se uma tortura para os moradores da Vila Soma.Comércio na Vila Soma, em Sumaré

Apesar da determinação da justiça, o advogado Alexandre Mandl, que representa as famílias da Vila Soma, não se dá por vencido e acredita que a decisão ainda pode ser revertida. Ele disse que o Grupo de Apoio às Ordens de Reintegração de Posse do estado pediu na última reunião que o processo de retirada dos moradores seja adiado. Segundo o advogado, esse pedido abre um precedente para que a decisão seja revista. A indefinição sobre a situação da Vila Soma neste final de ano afetou muito os moradores da ocupação, que não encontram motivos sequer para comemorar o natal.

O 48º Batalhão da Polícia Militar do Interior, em Sumaré, informou que por enquanto não vai se manifestar sobre o assunto e que deve emitir uma nota oficial em uma data oportuna. Já a prefeitura de Sumaré informou através de sua assessoria de imprensa que a administração municipal auxilia apenas com a presença de ambulância, Conselho Tutelar, atendimento social e outros serviços. No entanto, o município ainda aguarda uma solicitação da justiça nesse caso.

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