Treze dias após a enxurrada que causou estragos na nova pista da Marginal do Piçarrão, os reparos ficaram prontos, mas os moradores da Vila Industrial, em Campinas, ainda demonstram preocupação. O trecho reformado tem 30 metros de extensão e havia sido completamente destruído pela água, com buracos e rachaduras no asfalto e no concreto.
Agora, refeito, voltou a ser usado para caminhadas. Com a calçada reconstruída, Maria Aparecida aprovou o resultado. A opinião de Antônio Carlos Pocelli, no entanto, é diferente. Morador da área e proprietário de um terreno atingido pelos alagamentos, ele contabiliza os prejuízos e prevê mais problemas causados pelas chuvas.
Para ele, os materiais usados para a obra de ampliação das marginais não suportaram a força da água porque são de qualidade baixa e o projeto não levou em consideração o histórico de enchentes no quarteirão. Sem inquilinos em uma das casas, diz não ter esperança sobre solução. Guardando a moradia abandonada e repleta de lama e sujeira, o aposentado criticou a canalização do córrego em frente ao ponto afetado e atribui a essa estrutura a culpa pelos inúmeros estragos.
Em nota, a Prefeitura informou que “os custos do conserto ficaram a cargo da empresa responsável pela obra” e explica que a Pasta de Infraestrutura possui estudos preliminares sobre os alagamentos. O comunicado diz ainda que “tais estudos serão aprofundados, para resultar em projeto específico para eliminar os riscos de alagamentos” e que a obra recém-inaugurada é “de natureza viária, não de drenagem”.