A recuperação do Sistema Cantareira e das represas que abastecem a região de Campinas veio antes do previsto, no entanto a boa notícia não garante tranquilidade para o período de estiagem na região de Campinas. Antônio Carlos Zuffo, Professor de Hidrologia e de Gestão de Recursos Hídricos da Unicamp, lembra que depois do El Nino, chega é um fenômeno inverso, o La Nina, que traz seca. Em um ano, bem antes do esperado, os reservatórios do Cantareira que estavam na faixa de operação de 5,4% do volume morto, passaram para 13,5% do volume útil.
O professor Zuffo, no entanto, alerta que esses números não trazem tranquilidade. Para garantir o abastecimento no período de estiagem, o volume de armazenado do sistema Cantareira deveria hoje estar em 30%. Para Zuffo, se os reservatórios como os que estão sendo projetados para Amparo e Pedreira estivessem prontos, já estariam cheios pelas intensas chuvas desse verão, com capacidade de abastecer até 15 cidades. Mas, como a previsão para conclusão desses reservatórios é só para 2018, o jeito é contar com a boa vontade das chuvas.
De acordo com o professor Hilton Silveira Pinto, Diretor de Cepagri da Unicamp, o fenômeno El Nino nesse verão está entre os três maiores dos últimos 60 anos, mas sem necessariamente garantir chuva no inverno. Depois de 19 meses na dependência do volume morto para abastecimento da população, o Sistema Cantareira chega a 419,8 bilhões de litros armazenados nos reservatórios, quase oito vezes mais do que havia há um ano.
