Após a reintegração de posse realizada pela Polícia Militar no último domingo na fábrica da Mabe em Hortolândia, os funcionários da unidade de Campinas montaram uma barricada com pneus galhos e entulhos em frente à empresa e prometem resistência à chegada da PM para fazer a desocupação, que pode acontecer a qualquer momento.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região está preocupado com um possível confronto violento. A Justiça determinou que a desocupação deve ser cumprida até dia 2 de maio.
As ocupações nas duas plantas da empresa foram feitas pelos trabalhadores, após a falência da empresa. Cerca de mil e novecentos funcionários não receberam rescisões e estão com salários atrasados. A falência da empresa foi decretada pela Justiça depois de três anos em recuperação judicial.
A Mabe informou que os trabalhadores estão habilitados a receber o FGTS e o seguro desemprego com o decreto da falência e que a massa falida não tem receita suficiente para pagar as rescisões. Alega ainda que para gerar essa receita foi apresentado um plano em que a massa falida passa a fazer parte de uma nova empresa e com os lucros pagaria as dívidas das rescisões, com interesse em recontratar os funcionários.
A retomada da empresa com mudança de CNPJ, como propõe a massa falida, não agrada os trabalhadores porque, segundo o sindicato, não garantiria a recontratação dos trabalhadores nem a manutenção dos salários e benefícios já conquistados.