Pouco mais de três meses após o Supremo Tribunal Federal conceder uma liminar que suspendeu a ordem de reintegração de posse na área conhecida como Vila Soma, em Sumaré, os moradores do local retomaram a tranquilidade do dia a dia. No começo do ano, a situação na ocupação era totalmente diferente, onde o clima de tensão era grande e a iminente retirada das famílias da área, gerou preocupação.
Com a ordem judicial vigorando, os moradores se prepararam para resistir, formando barricadas na entrada da ocupação e reafirmando que estavam preparados para um confronto com os policiais. Na ocasião, algumas poucas famílias acabaram se mudando. Depois que a liminar foi concedida, a situação mudou e as pessoas que vivem na Vila Soma dizem que estão mais tranquilas sobre a possibilidade de conseguirem a regularização da área ou de conseguirem entrar em um programa habitacional.
Moradora há dois anos no local, Maria Sivone Santos acredita que a situação de hoje é melhor e que a liminar trouxe tranquilidade paras as famílias. Mas apesar desta aparente tranquilidade, a coordenadoria da ocupação e os representantes do governo ainda negociam na tentativa de buscar uma solução para os moradores da Vila Soma. O professor Ricardo Mendes Thomás, que representa os moradores, afirma que todo o processo para a construção de moradias populares no bairro Jardim Picerno está pronto e aguarda apenas um aval da prefeitura de Sumaré sobre a questão.
Já a prefeita de Sumaré, Cristina Carrara, disse que a situação não é tão simples assim, já que apenas a construção de moradias não resolveria o problema. Ela afirma que o Governo Federal tem que oferecer algumas contrapartidas no serviço público, já que os moradores da Vila Soma precisariam contar com uma estrutura mínima no local onde poderiam ser construídos os conjuntos habitacionais, como escolas e posto de saúde. Segundo a coordenação da Vila Soma, cerca de 2,5 mil famílias vivem na área, com uma população estimada em 10 mil pessoas.
