Os seis casos confirmados da gripe H1N1 em Campinas provocaram uma verdadeira corrida por vacinas, medicamentos e produtos responsáveis pelo tratamento e prevenção da doença. O problema é que todos esses itens estão em falta no mercado. A vacina não é encontrada na cidade e tem deixado em pânico a população. Um exemplo disso aconteceu nesta sexta-feira, quando uma clínica de estética particular, no bairro Guanabara, teria disponibilizado cinco mil doses. A notícia se espalhou e uma enorme fila se formou no lado de fora da unidade. A clínica não tem autorização para comercializar doses da vacina e foi interditada pela Vigilância em Saúde.
Muita gente que procurou a clínica depois disso, acabou se frustrando, como o juiz José Adílson, que não conseguiu a dose para a neta e terá que aguardar a liberação do local pelas autoridades. O representante comercial Deivid de Campos Capellini também se frustrou ao procurar a vacina para a família. A secretaria de saúde informou que interditou a atividade de vacinação na clínica privada por falta de documentação, mas a medida pode ser revertida com a apresentação dos laudos.
Além da vacina, o medicamento Tamiflu, indicado para o tratamento de H1N1, também está em falta no mercado. Nas farmácias, a procura é intensa e há até fila de espera. Porém, o diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, João Ernesto de Carvalho, afirma que o Tamiflu não é diferente de qualquer outro antigripal. A farmacêutica responsável pela produção do Tamiflu informou que o aumento da demanda não estava previsto para essa época do ano e, por isso o estoque esgotou rapidamente.
Não bastasse a falta da vacina e do medicamento para o tratamento da gripe H1N1, o principal produto usado para a prevenção da doença, o álcool gel, também sumiu das prateleiras. O farmacêutico Tiago Silva afirma que a procura pelo álcool é maior que pelo remédio.
Sobre a clínica particular citada na reportagem, a secretaria de saúde informou ainda que o estabelecimento pode continuar a exercer suas outras atividades normalmente. A interdição é apenas da atividade de vacinação.