O treinamento dos vigilantes da transportadora de valores Prosegur assusta. O mega-assalto do final de 2015 não sai da cabeça de quem mora ou trabalha no Jardim Nova Mercedes, em Campinas. Os tiros do lado de dentro da sede da empresa são ouvidos com frequência na região e costumam gerar pânico quando a intensidade aumenta. Foi o que aconteceu, por exemplo, nos últimos dias.
Segundo trabalhadores de um galpão vizinho, houve correria dentro e fora dos locais próximos à Prosegur. Um dos homens, que não quis se identificar, afirma que os disparos estavam ainda mais altos. O problema é que sempre existe a dúvida sobre a chance de um novo assalto depois que o local foi alvo de ataque em novembro de 2015 e foi cercado pela Polícia Civil em uma medida preventiva em julho deste ano.
Por esse motivo, outro funcionário relata que pessoas que ocupam andares superiores chegam a se esconder durante as sequências de tiros e questiona a presença da Prosegur em áreas populosas como essa. Para ele, o melhor seria que as transportadoras de valores fossem instaladas em condomínios de acesso restrito e com segurança reforçada, distantes de casas, comércio, empresas e indústrias.
Uma moradora também conta sentir medo e pede a transferência da empresa, a exemplo dos moradores do bairro São Bernardo, que pediram a saída da empresa Protege do local após o assalto em março deste ano. Questionada, a Prosegur confirmou à produção que treinamentos dos funcionários acontecem no espaço, mas a empresa não informou se a atividade foi feita nos últimos dias com armamento de maior calibre.
