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Medicamento para Leishmaniose será liberado no país, e eutanásia de animais infectados pode diminuir

A Leishimaniose é uma doença infecciosa, que provoca, entre outros sintomas, febre e feridas na pele, e é uma zoonose, ou seja, uma doença que pode passar dos animais para os seres humanos. Porém, não se trata de uma doença contagiosa.

A transmissão é feita por um inseto conhecido como mosquito palha, conforme explica o Médico Veterinário, Valdir Avino. “A Leishmaniose é uma doença causada por um protozoário, tem como reservatório o cão, e é transmitida por um mosquito vetor entre os mamíferos, podendo infectar o cão e o homem”.

Uma vez que o mosquito pode picar um cão e transmitir a doença a seres humanos, os cães infectados são indicados à eutanásia, para evitar a transmissão da doença para seres humanos. Mas isso poderá mudar no Brasil a partir do ano que vem. “Existia uma normativa de 1963 que dizia que os animais diagnosticados como positivos tinham que ser eutanasiados. Depois, uma portaria interministerial emitida em 2008 dizia que no caso de haver um produto de uso veterinário registrado no ministério da saúde, poderia ser tratado”.

A portaria de 2008 proíbe o uso de medicamentos para humanos em animais, ou de medicamentos veterinários não registrados. Por conta disso foi realizado um trabalho para a liberação de um medicamento que já é utilizado na Europa. A portaria exige comprovação cientifica da eficácia do medicamento.

A Médica Veterinária, Ingrid Menz, que faz parte do Conselho Municipal de Defesa Animal de Campinas, trabalhou por anos com outros veterinários na busca da liberação do medicamento no Brasil. “Para o uso veterinário não havia nenhum registrado, então nós fizemos um trabalho com um medicamento que já existe na Europa e que reduz a transmissão em mais de mais de 74%. Ele era um animal transmissor e se torna não-transmissor”.

Em média, 40% dos cães infectados eram levados à eutanásia. Entre 99 e 2015 foram eutanasiados 34 mil cachorros somente na cidade de Andradina, em São Paulo. Em Fortaleza, capital do Ceará, somente no ano passado foram eutanasiados 38 mil cachorros. O novo medicamento, que poderá ser utilizado no Brasil a partir do ano que vem, poderá ajudar a reduzir esses números.

Poucos casos de Leishmaniose foram registrados em Campinas nos últimos anos, mas há o risco de os animais contraírem a doença em outras regiões do estado e do país. Medidas preventivas devem ser tomadas pelos donos dos animais para que eles não sejam infectados. Portanto, antes de viajar com seu animal, é necessário verificar se a região de destino tem incidência de casos de Leishmaniose, e buscar utilizar coleiras e inseticidas para proteger o animal.

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