A vitória de Donald Trump na eleição presidencial norte americana pode representar o fortalecimento das relações comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil, segundo o diretor do CIESP Campinas, José Nunes Filho. Para ele, o tom severo adotado durante a campanha pelo republicano em relação ao México, abre a possibilidade de rompimento com o país latino, o que abriria uma lacuna que poderia ser preenchida pelo Brasil. O México hoje é o maior parceiro econômico dos Estados Unidos. Segundo José Nunes Filho, neste cenário Brasil e Argentina disputariam o posto. O diretor do CIESP Campinas afirma que o país deveria se movimentar desde já para buscar essa aproximação com Donald Trump.
Sobre o discurso do republicano em fortalecer a indústria dentro do próprio país, José Nunes Filho não acredita que seja possível, uma vez que os Estados Unidos detêm marcas, patentes e desenvolvimento de produtos, mas a fabricação dos componentes geralmente é terceirizada e realizada em países onde a mão de obra é mais barata. Segundo o diretor do CIESP Campinas, é o que acontece no México, onde parte das indústrias norte americanas estão instaladas. Nunes acredita que com o provável rompimento entre o governo Trump e o México, existe um potencial para que essas empresas se transfiram para a América do Sul.
As projeções otimistas do diretor do CIESP Campinas contrastam com a opinião de alguns especialistas em economia. A consultoria Euromonitor, por exemplo, divulgou uma estimativa do impacto que a eleição de Donald Trump pode ter sobre o PIB de países selecionados. No caso do Brasil, a taxa de crescimento seria meio ponto percentual menor do que no cenário-base, caso Hillary Clinton vencesse a eleição.