A carta e o áudio deixados pelo atirador que matou 12 pessoas e se matou na sequência, em Campinas, na virada do ano, devem servir como os principais objetos para a investigação da Polícia Civil.
O aparelho celular do assassino Sidnei Ramis de Araujo, de 46 anos foi apreendido e encaminhado para a perícia. Um detalhe observado pelos policiais, é que no visor do aparelho, que foi deixado no carro dele em frente à casa das vítimas, estava colado um papel com a senha de acesso ao celular.
Uma outra frente de investigação busca chegar à pessoa que vendeu a arma para ele. Na própria carta deixada aos amigos, Araújo disse que havia comprado uma pistola calibre 9 mm de uma pessoa, por necessidades financeiras dela. Com ele, a polícia encontrou também dois carregadores, munições, canivete e dez artefatos explosivos.
Nesta segunda-feira a polícia já começou a ouvir testemunhas mas ainda não há um prazo para a conclusão dos trabalhos.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a ex-mulher de Araújo registrou um boletim de ocorrência de natureza não criminal, por causa da aproximação do pai em um dia que não era designado para visita, em 2014.
Outros quatro BOs entre 2005 e 2015 também foram feitos: dois de ameaça e injúria, um de vias de fato e um de violência doméstica e ameaça mas em nenhum deles ela fez representação criminal. No último, inclusive, a vítima foi orientada quanto à possibilidade de medida restritiva, mas a opção foi rejeitada à época.
A chacina ocorreu na virada do ano depois que o assassino pulou o muro da casa da ex-mulher e entrou atirando. Dentre os mortos, a própria ex-mulher e o filho de oito anos. Outras dez pessoas foram mortas, três ficaram feridas, dois adolescentes se esconderam em banheiros da casa durante a execução uma mulher que estava com um bebê no colo foi poupada.