O prédio do Doidão auto peças que pegou fogo em Campinas não tinha alvará, segundo a prefeitura de Campinas. Essa situação não é exclusividade desse estabelecimento da região central.
O dado mais atualizado que temos da administração municipal é do 1° trimestre de 2016, quando a cidade tinha 60 mil empresas em situação irregular do ponto de vista do zoneamento. Dessas, aproximadamente 48 mil, o equivalente a 80%, eram de baixo risco e não conseguiam o alvará.
Quase um ano após a divulgação desses dados, nós pedimos para a prefeitura uma atualização, mas foi informado que ainda não havia um mapeamento.
Os números chamam atenção e após o incêndio, muitos empresários se mobilizaram pelas redes sociais também questionando a responsabilidade da prefeitura.
Isso porque, segundo eles, a prefeitura chega a demorar mais de um ano para analisar pedidos de alvará.
Rafael Bressane era proprietário de uma casa noturna em Campinas. Desde 2009 ele tentava alvará, mas só conseguiu em 2014.
Ediwalmir Antônio Massa é contador. Clientes dele já tiveram problemas para conseguir alvará. Um dos casos é de um protocolo de março de 2015, que ainda não teve um desfecho. Ele critica a prefeitura.
O alvará do Doidão auto peças estava vencido desde janeiro de 2016. Nós tentamos várias vezes falar com o secretário de Urbanismo, Carlos Santoro, mas a assessoria de imprensa informou que ele não tinha agenda para isso.
