Cerca de 300 manifestantes da Ocupação Nelson Mandela, em Campinas, fizeram um novo ato pelas vias da cidade nesta manhã de terça-feira. Eles partiram da área onde vivem no Jardim Capivari logo cedo e chegaram por volta de 9h30 na sede da Companhia de Habitação. No local, uma comissão foi recebida por representantes da Cohab, enquanto os demais aguardaram do lado de fora com um carro de som.
O motivo do protesto é o mesmo do fim de janeiro: a ameaça de reintegração de posse do local, ocupado desde julho do ano passado. Desta vez, a integrante do grupo, identificada como Célia, conta que as autoridades afirmaram que a ação pode acontecer ainda em março. Ela reclama que não há garantias de que um novo espaço seja destinado à maioria das pessoas. Atualmente, 600 famílias moram no terreno.
Uma proposta de compra foi negada, assim como dois pedidos de agravo do processo de reintegração. E o movimento ainda tenta a regularização. A reunião na Cohab durou mais de duas horas. Na saída, outra líder do movimento, Eunice Gomes, explicou que não houve avanço no diálogo. De acordo com ela, o grupo quer que a Prefeitura interceda e evite a retirada. Mas, caso isso seja inevitável, pede a realocação dos moradores.
Depois da Cohab, os manifestantes seguiram até o Paço Municipal. A intenção era de que os oito membros da comissão fossem recebidos. A passeata foi iniciada já no início da tarde e interditou a Moraes Salles e a Anchieta. O trânsito ficou lento e a Emdec precisou fazer desvios.
A Cohab confirmou que a reintegração determinada pela Justiça em agosto do ano passado ocorrerá, mas ainda não tem data definida. Em nota, o órgão afirma que a comissão foi recebida pelo secretário de Habitação, Samuel Rossilho, e que foi avisada sobre o processo. A companhia alegou ainda que somente terá possibilidade de obter moradia em Campinas quem estiver inscrito e for sorteado.
