Nós nos encontramos nos estúdios da CBN, porque ele fez questão de vir até nós. Todo de branco, com um crucifixo prata no peito, chamou atenção pela disposição física. Fui cumprimentada e logo Padre Haroldo me pediu para que eu falasse mais alto, porque aos 98 anos, completados neste início de ano, já não ouve tão bem.
O que pode ser visto como um problema, para Haroldo Rahm, é meio que a receita da longevidade. Ele tem outras também.
Com o padre dá para falar de tudo e durante nossa conversa, a crise política e econômica foi assunto. Com tantos anos de vida, ele foi testemunha de vários outros momentos críticos da humanidade.
O jesuíta texano mora em Campinas há mais de 50 anos. Iniciou os trabalhos com crianças e adolescentes de periferia, na fronteira do México com os EUA. No Brasil, fundou e ajudou a fundar diversas obras sociais, entre elas o Instituto Padre Haroldo, em 1978. Com tantos feitos, ele vislumbra a continuidade desse trabalho.
Conversamos com duas das pessoas que são presente e futuro do Instituto: Maria Lúcia Costa que é gestora do Programa de Prevenção e Lúcia Decot Sdoia que é Diretora de Comunicação. Elas destacam a importância do jesuíta nessa continuidade.
O Instituto Padre Haroldo já atendeu mais de 80 mil pessoas. Atua em três vertentes: trabalho com pessoas em risco social, prevenção e questão de moradia. Existe uma parceria com a prefeitura de Campinas e o restante para manutenção dos trabalhos é proveniente de doações e atividades promovidas para este fim.
O trabalho de prevenção é o que mais tem se destacado. No ano passado, cerca de 500 jovens, adolescentes e crianças foram acolhidos, com impacto em toda família.
