Bancos do Bosque dos Jequitibás carregam história de comércios e famílias dos anos 50 e 60

Passear pelo Bosque dos Jequitibás em Campinas pode ser uma volta ao tempo. Basta prestar atenção nos anúncios estampados nos bancos ao longo do caminho. Eles já estão desgastados pelos anos que ali foram pintados, mas, alguns detalhes saltam aos olhos.

Os telefones dos comércios ali anunciados tinham apenas quatro dígitos. Alguns, cinco. Isso remonta as décadas de 50 e 60. Esses bancos eram fabricados em Campinas mesmo, pela família Tambascia. O secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulela, que é responsável também pela conservação do Bosque traça esse contexto.

Um dos comércios estampado em um dos 80 bancos do Bosque é Barão Auto Rádio, da Campos Sales que hoje é uma loja de presentes e variedades. A Confeitaria e Frutaria Moderna da Barão de Jaguara se tornou um sushi bar.

A Relojoaria Palacio também na Campos Sales é uma Ótica, cujo proprietário é Lucas Guilherme Ferreira. Há quase dez anos, o antigo negócio foi desativado, mas ainda tem busca pelo relojoeiro.

Na rua Conceição, vários comércios usavam os bancos do Bosque dos Jequitibás para divulgação. Um exemplo: “Joalheria Marrone – Hora Certa pelo Fone: 4777. Rua Conceição 1G “Pegado ao Rinque”. O rique, aliás, foi um famoso cinema, cenário de uma das maiores tragédias da história de Campinas. Em 1951, um desabamento causou a morte de 25 pessoas e deixou mais de 400 feridos.

Foi ali, bem próximo que 12 anos depois, Alfredo da Conceição inaugurou a Camisaria Hollywood (Artigos finos para Homens), nos números 20 e 24, na rua que coincidentemente tem seu sobrenome.

O filho Alfredo Wagner da Conceição cresceu na loja do pai. O registro no banco do Bosque é uma grande lembrança para família, inclusive, de Alfredo, que morreu em 2015.

A Camisaria Hollywood fechou em 1997. Em quase 30 anos de histórias, muitas lembranças e o testemunho de quem viu várias transformações.

Dos bancos no Bosque de Campinas, os comércios que ainda existem na cidade são dois – Casa Ezequiel de moda masculina que foi criada em 1928 e Bar Voga de 1940. Marco Rossi é filho de um dos sócios-criador da famosa pastelaria de Campinas, que ganhou essa característica na década de 60. Hoje, já há uma terceira geração no negócio que já recebeu presenças ilustres e se mantém como ponto de encontro de pessoas todas as idades.

O pai de Marco é Valdomiro Rossi. Os outros sócios já morreram Romualdo Gianfrancisco que era do Giovanetti e Pedro Gianfrancisco do antigo Bar Ideal. Os filhos deles também dão prosseguimento ao Bar Voga.

A prefeitura de Campinas informou que os bancos do bosque são importantes para história de Campinas e por isso há um processo para restauração e recuperação em andamento.

 

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