A Polícia Federal de Campinas está responsável pelos mandados de condução coercitiva e busca e apreensão referentes a uma pessoa de Jundiaí que estaria ligada a Operação Lucas da Polícia Federal, deflagrada nessa terça-feira para desarticular um esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura e empresas do setor agropecuário fiscalizadas pela pasta em quatro estados e no Distrito Federal. Ao todo, cerca de 120 policiais federais cumprem 62 mandados judiciais em Tocantins, Pará, São Paulo, Pernambuco e Brasília. Dez de prisão temporária, 16 de condução coercitiva e 36 de busca e apreensão.
O esquema funcionava da seguinte forma: em troca de propina, os servidores do ministério anulavam multas aplicadas às empresas beneficiadas pelo esquema de corrupção ou operavam para atrasar o andamento dos processos. As investigações apontam a participação da ex-superintendente da pasta no Tocantins, Adriana Carla Feitosa, e movimentou cerca de R$ 3 milhões entre 2010 e 2016. Ela recebia uma mesada de empresas fiscalizadas para pagar despesas familiares. Esse vínculo foi identificado por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário.
A operação Lucas não tem relação com a Carne Fraca, que desmontou, em março, um esquema de pagamento de propina a funcionários do ministérios para liberar carne para venda sem passar pela devida fiscalização.As Empresas alvo nesse caso são todas de Tocantins.
A investigação partiu de uma denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura teriam sido favorecidas em processos administrativos. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de prisão.