O Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas marcou para quinta-feira a votação que deve definir pela greve depois que a Prefeitura não apresentou proposta de reajuste e voltou a pedir uma nova suspensão das negociações. A decisão foi anunciada na noite desta terça nas escadarias do Paço Municipal na primeira assembleia convocada após a suspensão da campanha salarial por 63 dias, prazo solicitado pelo Executivo sob alegação de falta de dinheiro.
Cerca de 200 trabalhadores participaram do ato em frente ao Palácio dos Jequitibás e ouviram dos diretores da entidade que a Administração não fez qualquer oferta e pediu mais 30 dias para voltar a negociar com a categoria. O período até 15 de setembro foi estabelecido para que seja concluída a arrecadação com Refis, o programa de Regularização Fiscal de Campinas. Porém, gerou revolta entre os trabalhadores presentes.
Segundo o coordenador do sindicato, Jadirson Tadeu, a paralisação só não foi deflagrada devido ao cumprimento do rito legal para evitar o questionamento do movimento na Justiça. A greve deve ser iniciada a partir da próxima semana. A categoria mantém o pedido de reajuste de 10,34% sobre os salários e um aumento no tíquete alimentação de R$ 861 para R$ 1.076. Também exige a universalização do vale nutricional para todos os aposentados e pensionistas.
Em nota a imprensa, a Prefeitura de Campinas confirmou que propôs que as negociações fossem encerradas somente após o término do Refis, em setembro, e voltou a falar sobre a crise que atingiu a arrecadação e os cofres municipais. No comunicado, alega que é “prioridade do Governo neste momento a estabilidade no pagamento dos salários dos servidores e a garantia do 13º de 2017” e reconhece que ainda não conseguiu resolver a situação financeira. No texto, afirma que adotou medidas para combater a crise, como a redução de comissionados e o corte de horas extras, mas que ainda assim superou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, com um percentual de 51,89% em 12 meses.
