Entre os endividados brasileiros o índice de ansiedade chega a 69%, segundo uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. As dificuldades e o pensamento incessante sobre as contas que precisam ficar em dia podem comprometer as relações com todos os conhecidos e a família.
A situação afeta a vida dessas pessoas, seja através dos efeitos psicológicos ou físicos. Os inadimplentes passam a render menos no trabalho e no cotidiano. O professor de administração do Mackenzie Campinas e mestre em psicologia social, Marcelo Alves dos Santos, recomenda a conversa como válvula de escape.
O levantamento mostra que logo atrás da ansiedade causada pelas dívidas, estão a insegurança, que atinge 65%, estresse, 64%, angústia, 61%, e desânimo, 58%. Outras reações comuns são o sentimento de culpa, que aflige 57% das pessoas com dívidas, e ainda e a baixa autoestima, que afeta 56% dos entrevistados.
Com o desabafo e a conclusão de que precisa mudar de postura, chega o momento em que o indivíduo precisa clarear o pensamento para sair do buraco. O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, orienta que o consumidor com contas em atraso deve se concentrar em fazer cortes e renegociações.
As dívidas deixam 52% dos inadimplentes mais facilmente irritados e 46% passaram a ter menos vontade de se sociabilizar depois das contas atrasadas. A pesquisa ouviu 600 consumidores com dívidas há pelo menos 90 dias, de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais.