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Base do governo Jonas na câmara não assina pedido e CPI do Ouro Verde está parada

Os vereadores da base de apoio ao governo Jonas Donizette, na câmara de Campinas não assinaram o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o contrato entre o município e a Organização Social Vitale, responsável pela administração do Hospital Ouro Verde. A empresa foi alvo de uma operação do Ministério Público na última quinta-feira, por suspeita de desvio de dinheiro. Três pessoas foram presas e na casa do diretor de prestação de contas da secretaria de saúde de Campinas, Anésio Corat Júnior, os policiais encontraram R$ 1,2 milhão, estocados em caixas de sapato.

No mesmo dia que a operação do Ministério Público foi deflagrada, os vereadores de oposição protocolaram o pedido de abertura de CPI, que para ser aprovado, precisaria da assinatura de 11 parlamentares. Além da bancada de oposição, formada pelos petistas Pedro Tourinho e Carlão, Mariana Conti, do Psol e Gustavo Petta, do PC do B, assinaram o requerimento os chamados independentes, os vereadores do PSD, Tenente Santini e Marcelo Silva. Nesta segunda-feira, o primeiro expediente da sessão, foi bastante tumultuado, com grande presença do público, formado em sua maioria por ex-trabalhadores do Hospital Ouro Verde, que foram demitidos pela Vitale e alegam não terem recebido as verbas de rescisão.

Enquanto os vereadores favoráveis à CPI fizeram uso da palavra, numa tentativa de convencimento, quase todos os governistas ficaram em silêncio. O parlamentar Jota Silva, do PSB, usou o microfone apenas para dizer que não assinaria o requerimento e logo em seguida deixou o plenário. Já Jorge Schneider, do PTB, disse na tribuna que o legislativo está pelo menos dez meses atrasado nas investigações do Ministério Público e que a abertura de uma CPI seria um modo desastrado de se corrigir as coisas. O outro vereador da base que usou a palavra foi Nelson Hosri, do Podemos, que disse ser favorável a abertura da CPI, desde que a comissão não fosse proposta pela oposição. Dois dos vereadores que assinaram o pedido, Pedro Tourinho e Marcelo Silva, disseram que o trabalho de convencimento dos demais parlamentares vai continuar e que as justificativas apresentadas na sessão desta segunda-feira são vazias.

No dia da operação do MP, o prefeito Jonas Donizette exonerou o funcionário público envolvido na investigação e suspendeu o contrato com a Vitale. Para o líder de governo na Câmara, Marcos Bernardelli, do PSDB, as medidas cabíveis foram tomadas e caberá a câmara acompanhar as investigações, sem a necessidade de abertura de CPI. Ele afirmou ainda que se a base de governo formasse uma comissão, poderia ser chamada de CPI chapa branca. Entre os ex-funcionários do Ouro Verde que participaram da sessão desta segunda-feira, ficou a sensação de frustração com o legislativo municipal, como afirmaram Adriana Regina da Cruz e Rosimara Rodrigues. Precisando de mais cinco assinaturas, os vereadores independentes e de oposição informaram que o pedido de CPI fica parado.

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