A primeira sessão da Câmara de Campinas em 2018 vai discutir a instauração da Comissão Processante contra o prefeito Jonas Donizette, do PSB. O assunto volta ao centro das atenções no próximo dia 5 após o recesso de quase dois meses e deve ganhar outras proporções com a polêmica gerada pelo IPTU.
Quem garante é vereador Marcelo Silva, do PSD, autor do pedido que foi protocolado e que agora espera pelo apoio até mesmo da base aliada. Para ele, a indignação da população pressiona ainda mais os membros da Casa, que também ficaram incomodados com as mudanças no imposto.
Outro fator que o vereador considera importante para ter mais votos favoráveis é a continuidade das investigações sobre as denúncias de desvios na Saúde. O trabalho do Ministério Público culminou em uma operação no final de 2017 e colocou em evidência o esquema da OS Vitale no Hospital Ouro Verde.
Na época, mesmo após as prisões e a divulgação dos áudios dos envolvidos, as propostas de CPI foram barradas pela base e não vingaram na Câmara. Como a Comissão Processante foi o próximo passo jurídico adotado, Marcelo Silva foi questionado sobre as chances de aprovação e diz estar confiante.
A denúncia deve ser lida na segunda parte da sessão. Para que a comissão seja aberta, são necessários dois terços dos votos. Ao todo, são 33 vereadores. Quem explica o processo é o presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi, do PP, que não vê problemas diante dos protestos marcados para ocorrer no primeiro dia.
Além de grupos favoráveis à instauração da Comissão Processante, o Plenário também deve ter mobilização de moradores críticos aos aumentos no IPTU. Na opinião de Zimbaldi, porém, os atos devem ser mais frequentes este ano devido a vários projetos em pauta e pela realização das eleições em outubro.