Cada vez mais frequente, o recall é um dever das empresas e um direito dos consumidores. Nos últimos anos, não faltam exemplos de lotes de alimentos que precisaram ser trocados, ou de celulares e carros com necessidade de reparos. A medida é obrigatória. Ou seja, precisa ser adotada pelo fabricante caso haja a comprovação de algum problema. Porém, possui diferenciações que muitas vezes são ignoradas pelos clientes: além dos defeitos, há ainda recall por vícios.
Quem explica é o advogado e professor da Metrocamp, Valdemir Júnior. De acordo com ele, no primeiro caso a situação exige a substituição ou o conserto simplesmente pelo fato de o produto comprado não funcionar como deveria. No segundo, a anomalia é mais grave e pode colocar a vida do consumidor em risco. Essa condição é comum principalmente em automóveis que apresentam falhas mecânicas em peças fundamentais e até nas fórmulas dos alimentos.
O especialista lembra ainda da lista de produtos que oferecem risco na essência e que por isso precisam respeitar uma série de recomendações de informes e alertas antes da distribuição e da venda. São eles: fogos, venenos e combustíveis. Com isso, orienta que os proprietários de celulares e outros eletrônicos, por exemplo, que não deveriam ter a vida e a segurança em risco, procurem as medidas cabíveis junto ao Procon e a outros órgãos de defesa do consumidor.
Um levantamento feito pela Fundação Procon São Paulo aponta que do total de mais de 1,9 milhão veículos chamados em 2017, cerca de 846 mil tinham problema no airbag. Ao todo, foram 128 campanhas, sendo 35 com esse foco. A Mercedes-Benz lidera a lista com 19 recalls. Fiat e Ford estão logo abaixo, com 11 e 10, respectivamente. Entre o número de unidades afetadas a Toyota ocupa a primeira posição com mais 573 mil veículos. Já a Fiat em segundo, 423 mil. Entre os outros produtos, foram realizadas 13 campanhas para alimentos, computadores e até carrinhos de bebê. A maior foi da General Mills, que atingiu 505 mil produtos Páprica Doce Kitano e Páprica com Pimenta Calabresa Kitano.
