Campinas registrou pouco mais de 30,7 mil acidentes de trabalho entre os anos de 2012 e 2017, segundo dados do Ministério Público do Trabalho. No período, 143 pessoas perderam a vida durante o exercício de seus ofícios. Houve ainda a abertura de 7.113 auxílios-doença, benefício concedido aos trabalhadores com mais de 15 dias de afastamento, resultando em um impacto previdenciário de R$ 61,4 milhões no período.
Os setores econômicos que registraram o maior número de acidentes no município foram os estabelecimentos hospitalares, com 8,76% do total de casos, instituições de ensino superior, com 5,97%, coleta de resíduos não-perigosos, com 5% e serviços de bufê, com 3,82%. Os segmentos que mais geraram afastamentos de trabalhadores foram restaurantes, transporte rodoviário de carga, comércio de materiais de construção e limpeza de prédios e domicílios.
O procurador e representante regional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, José Fernando Ruiz Maturana, afirmou que o fato dos setores da cadeia produtiva que dependem mais do trabalho braçal não encabeçarem a lista apresentada pelo Ministério Público não é surpreendente. Ele disse que o acidente de trabalho pode envolver qualquer situação, como por exemplo, os trabalhadores que sofrem com estresse. Na visão do procurador, um ponto que pode impactar muito no índice de acidentalidade está relacionado à nova lei trabalhista. Para José Fernando Ruiz Maturana, parte dos trabalhadores questão contratados no regime de prestação de serviços, não contam com as garantias de segurança da CLT.
Quando segmentados por ano, os dados de acidentes de trabalho em Campinas apontaram uma leve redução no número de ocorrências. Em 2016 foram abertas 4.819 Comunicações de Acidentes de Trabalho, enquanto que em 2017 foram 4.665 ocorrências.
