O crescimento das importações de produtos têxteis chegou a 45% apenas no primeiro bimestre deste ano e o índice deixou em alerta a indústria nacional. Foram basicamente dois anos operando no vermelho antes da retomada no setor, que fechou o ano passado como aumento de 3,5%. Em 2015 e 2016, as importações também haviam recuado em virtude da alta do dólar, volatilidade do câmbio e queda do consumo em meio à crise econômica.
Porém o que poderia ser uma boa notícia para as empresas do país, se tornou motivo de muita preocupação. Com a estabilidade do câmbio há pelo menos um ano e meio, e com a recuperação do consumo, os produtos importados têm tomado o comércio local. De acordo com o presidente Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel, o fortalecimento das importações é extremamente prejudicial para as empresas locais. Segundo ele, se nada for feito, a indústria nacional terá que revisar sua estimativa de crescimento para baixo.
Mesmo com a interferência do mercado internacional, a estimativa de investimentos para este ano no setor é positiva. As indústrias do setor têxtil e de confecção de São Paulo vão ampliar investimentos em 16,9% neste ano, chegando a R$ 900 milhões. No ano passado, os investimentos do setor somaram R$ 770 milhões, com aumento de 4% sobre o ano anterior. A estimativa é do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo, que reúne 10 mil empresas que respondem por um terço da produção nacional.
