Não é mais permitido abastecer além do limite automático das bombas de combustíveis no estado de São Paulo. A lei, de janeiro deste ano, proíbe que o frentista vá além do que a bomba estabelece automaticamente.
A normativa é de autoria do deputado estadual Marcos Martins (PT) e tem o objetivo preservar o meio ambiente da exposição do benzeno, presente na gasolina. Essa substância também coloca em risco a saúde dos motoristas e frentistas.
Essa já era uma luta dos sindicatos. Francisco Soares, Presidente do Sinpospetro, ressaltava a vulnerabilidade dos trabalhadores.
O tanque de combustível possui uma peça chamada cânister, cuja função é filtrar as emissões de vapor liberadas pelo veículo, evitando que gases tóxicos cheguem ao meio ambiente, mas se o tanque recebe gasolina em excesso, não consegue tratar os poluentes liberados.
Mesmo ates da lei, sindicatos e responsáveis por postos de combustíveis já conscientizavam os frentistas dos riscos. Outro hábito arriscado é o uso de panos ou flanelas, que podem causar a contaminação através da pele. Há alguns anos, um posto da Norte Sul em Campinas já proibia tais práticas, como explicava é o gerente Josivaldo Barbosa.
Com a nova lei, o Recap que é o sindicato dos postos de combustíveis iniciou uma orientação aos trabalhadores e também foca na população. O presidente Flávio Campos justificativa a estratégia pensando no futuro e a possibilidade dos próprios consumidores passarem a manusear a bomba.
Além do meio ambiente e saúde, a ação de exceder o abastecimento danifica a peça do tanque de combustível, sendo que as partículas de carvão ativo presentes nela podem ser expelidas e sugadas pela bomba de combustível, provocando falhas ao chegar ao sistema de injeção.
O benzeno está na Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (LINACH), dos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), Previdência Social (MPS) e Saúde (MS).