Os caminhoneiros seguem neste final de semana a paralisação na região da Replan, em, Paulínia. Segundo eles, são cerca de 600 caminhões que estão em uma via marginal à rodovia professor Zeferino Vaz.
Após o pronunciamento do Presidente Michel Temer (MDB) no início da tarde de ontem, autorizando o uso de forças federais para o desbloqueio de rodovias, os grevistas que estão em Paulínia disseram acreditar que não haverá de fato intervenção do exército, uma vez que eles não estão bloqueando a rodovia. Mas, caso ela ocorra, ela será respeitada, como conta o caminhoneiro Alexandre. “A gente tá tranquilo, vai usar o exército? Não tem bandido aqui, mas se vierem, vai fazer o que? Somos trabalhadores”.
Porém, os caminhoneiros relataram que os militares teriam difuldades em conduzir os veículos parados, especialmente caminhões-tanque, que exigiriam prática e habilidade.
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), anunciou nesta sexta-feira que a Polícia Rodoviária passará a multar imediatamente os veículos que obstruírem rodovias.
Quanto a isso, Alexandre não demonstrou preocupação. “Eu acho isso aí uma palhaçada, que não vai conseguir fazer nada.
Os caminhoneiros dizem que o movimento em Paulínia é coletivo, sem lideranças. Eles dizem não se sentirem representados pelas entidades que firmaram um acordo com o governo na última quinta-feira, 24.
Para que a paralisação termine, eles esperam uma baixa superior aos 10% propostos pelo governo no óleo diesel, além de queda também em valores cobrados por eixo nos pedágios. Segundo eles, a queda em 10% não gera melhora significativa para a categoria.
Os caminhoneiros afirmam que não estão criando resistência para os caminhões tanque que buscam combustíveis na região da Replan que tenham como destino, por exemplo, ambulâncias, ônibus, e aviões, sendo o bloqueio somente para caminhões que levam combustíveis a postos.
A Prefeitura de Campinas anunciou neste sábado que conseguiu garantir o abastecimento de ambulâncias, caminhões de lixo, e da frota de ônibus de forma que ela siga operando ao menos com 50% dos veículos até segunda-feira. Boa parte dos caminhoneiros segue no local em esquema de revezamento, e contam com apoio de moradores, que doam alimentos.