A reforma de quatro pontes antigas sobre o córrego da Avenida Orozimbo Maia, em Campinas, ainda não saiu do papel. O projeto foi anunciado pela Prefeitura em novembro de 2017 após a morte de um homem durante uma enchente.
No entendimento do Executivo, apenas 20% do volume de água consegue passar por debaixo das estruturas, situação que causa o represamento e o alagamento em vários pontos da via. Os comerciantes dizem que o problema é antigo.
Gustavo Carvalho é gerente de uma mecânica na esquina com a Rua Major Solon. O estabelecimento funciona há 32 anos. Nesse período, sofreu tantos prejuízos em épocas de temporais que a expectativa pelas obras é mínima.
Na época do anúncio sobre as obras, no fim do ano passado, a estimativa era que R$ 20 milhões seriam necessários. E na opinião de quem trabalha na região, o ideal seria que a execução acontecesse agora, em plena estiagem.
O funileiro Milton Roberto também se diz cético. Para ele, a solução apresentada pela Administração Municipal só não foi feita até agora porque causaria reflexos na região da Avenida Norte-Sul, onde o córrego desemboca.
Mas além das intervenções nas quatro pontes de tijolinhos, a Prefeitura também havia informado ter um projeto de macrodrenagem para a região, que envolveria os córregos da Orosimbo Maia e da Avenida José de Souza Campos.
Os cursos d’água desembocam no piscinão da Norte-Sul e formam o córrego Anhumas. O custo estimado para a execução do projeto na ocasião era de R$ 300 milhões, dinheiro que deveria ser pedido junto ao Governo Federal.
Questionado novamente, o Executivo alegou que “solicitou o financiamento de R$ 25 milhões à Caixa Econômica Federal para execução dos projetos de substituição das pontes para minimizar os impactos causados pela chuva”.
O pedido está sendo avaliado pela Caixa e a Prefeitura alega que “trabalha continuamente nos serviços de manutenção para melhorar o fluxo”, como “limpeza dos córregos, desobstrução das bocas de lobo e de galerias pluviais”.