O mês de maio deste ano teve o menor volume de chuvas registrado na região de Campinas desde 2006, de acordo com medição do Cepagri da Unicamp. O índice registrou apenas 8,6 milímetros de chuva, o terceiro pior desde 1989. O esperado para o mês era de 63 milímetros, que representam 13% do volume considerado normal. A estiagem também prejudicou o nível do Sistema Cantareira. No dia 6 de junho, a capacidade do reservatório era de 45,8%, abaixo até do período da crise hídrica, em 2013, quando o Cantareira registrava 56,3% do nível. No ano passado, neste mesmo período, os rios que compõem o sistema tinham índice de 67%. A meteorologista Ana Ávila, pesquisadora do Cepagri, explica que o fenômeno climático conhecido como La Niña, que esfria as águas do Oceano Pacífico, tem pouca relação com a falta de chuvas na região.
Algumas ações estão em prática para evitar desabastecimento no Sistema Cantareira, como a captação de água do rio Paraíba do Sul e o uso da reserva técnica conhecida como volume morto, por exemplo. Portanto, mesmo com o nível mais baixo nos rios, ainda não há previsão de falta de água. Mas a pesquisadora diz que as contas de água e luz podem ficar mais caras por conta da estiagem.
Em todo o ano, a média de chuvas na região de Campinas está 56% abaixo do esperado pelo Cepagri. De janeiro a maio de 2018, foram registrados 440 milímetros. O índice considerado normal é de 780 milímetros no período. Os rios Atibaia, Piracicaba e Jaguari, que abastecem a maioria das cidades, estão com nível abaixo da média histórica dos primeiros meses do ano.