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UPA do Carlos Lourenço segue fechada; Prefeitura alega falta de repasses federais

UPA do Carlos Lourenço

A construção da UPA do Jardim Carlos Lourenço, em Campinas, teve início ainda no governo de Hélio de Oliveira Santos, mas em 2012 foi paralisada, deixando a obra abandonada por anos. A construção foi retomada em 2016, e concluída em maio de 2017. Porém, mesmo após mais de um ano da conclusão das obras, a unidade segue fechada.

Os moradores da região aguardam há mais de uma década uma unidade de saúde no bairro, como relata a educadora aposentada, Valéria Penerari. “Faz 25 anos que moro aqui, e desde 2005 e sem acabar, depois recomeçaram e terminou em 2017. Quem precisar de médico aqui tem de ir na UPA de Valinhos, do São José, ou em outros prontos socorros que estão lotados.

Moradora da região, a técnica em enfermagem, Crescentina Oliveira, lamenta a situação e a falta de informações. “Não sei o que acontece, você ver uma obra dessa pronta e não tem médico”.

A UPA custou quase R$ 5 milhões, e deveria fazer 500 atendimentos diários. Responsável pela UPA, a Prefeitura alega que ainda depende de recursos do Governo Federal para abrir a unidade, e que a situação até agora não foi resolvida.

Já o Ministério da Saúde informou que quando a Prefeitura der inicio às atividades da Unidade, poderá solicitar a aprovação do Ministério da Saúde para obtenção de auxílio financeiro para a UPA.

O Prefeito Jonas Donizette (PSB) confirma que este é o procedimento correto. Porém, afirmou que nem as UPAs já existentes na cidade recebem devidamente os recursos federais. “Esse discurso é mentiroso ‘abre que eu pago’, não, a gente abriu, e as que a gente abriu, não rebemos um dinheiro que não daria nem para metade dos gastos. O Governo Federal tem fugido de suas responsabilidades”.

O Secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, afirma que cada UPA tem custo mensal de R$ 1,2 milhão de reais, mas que o Governo Federal não contribui sequer com metade do teto federal de R$ 500 mil mensais para cada unidade. “(Recebemos) R$ 170 mil da UPA do São José, deveria ser R$ 500 mil que é o teto. O Governo nunca pagou, quando entramos na Prefeitura era zero. Esses R$ 170 mil do São José foi ao longo deste período. O do Campo Grande nunca recebeu nada, mesmo após ser reformado, inspecionado e habilitado. Zero.”

Enquanto aguarda a abertura, o local recebe manutenção, e tem a presença de um vigia patrimonial. Jonas Donizette afirmou que mesmo sem as verbas federais, tentará abrir a unidade ainda neste ano. “Mesmo com essa dificuldade com o Governo Federal faremos todo esforço para ainda neste semestre ter o funcionamento da UPA do Carlos Lourenço, mas é preciso que a população saiba quem está fazendo sua parte, e quem não está”.

Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou até o fechamento da reportagem.

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