Uma escuta telefônica realizada pelo Ministério Público indica que o médico radiologista, Gustavo Khattar de Godoy, “quarteirizava” parte dos serviços para os quais a empresa dele havia sido contratada pela gestão da O.S. Vitale no Hospital Ouro Verde. Esta quarteirização seria informal, sem nenhum contrato que a regularizasse.
Segundo o MP, o médico Hélio Yamashita produzia laudos de exames de ressonância. O médico receberia R$ 35 por laudo, enquanto a OS Vitale pagava R$ 65 por laudo à empresa de Gustavo.
O MP realizou a escuta de uma conversa telefônica entre Yamashita e o advogado dele, identificado como Geraldo. A conversa se deu na tarde de 16 de agosto, após Yamashita ser noticiado para prestar depoimento no Gaeco do Ministério Público.
Na conversa, Yamashita demonstra preocupação, e pede para o advogado dele conversar com o advogado de Gustavo Khattar de Godoy, Ralph Tórtima, para que eles trabalhem em uma mesma linha de defesa. Para o Gaeco, essa conversa demonstra a intenção de ocultar a verdade integral sobre os fatos, em prejuízo da produção da prova.
Em outro trecho da conversa, o médico se mostra preocupado por receber pelos serviços de maneira informal, no que ele chama de “caixa dois”. “Eu não sei como posso ser implicado ou não, mas eu prestava serviço para o Dr. Gustavo, e ele fazia caixa dois, pois não tinha nota fiscal nenhuma, eu não tenho contrato oficial com ele. Se eu falar isso pro juiz, vai configurar caixa dois e realmente o negócio dele tá ferrado, né?”.
Yamashita se mostra preocupado também com dívidas que Gustavo teria com ele, e fala em acioná-lo na justiça para receber os valores. “Ele está me devendo e quero acionar ele, ele pediu um tempo, e agora vou ter de entrar contra ele, não tem jeito”.
