As exigências feitas pelo ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, foram essenciais para o esquema de desvios de dinheiro da saúde. Os indícios colhidos pela investigação do Gaeco do Ministério Público foram confirmados através da delação premiada de três réus presos no fim de 2017.
Segundo o promotor Daniel Zulian, o contato feito por Bernardin com a cúpula da ex-gestora do Hospital Ouro Verde tornou possível a série de irregularidades. O superfaturamento era praticado através de três prestadoras de serviços. Além de uma empresa de radiografia, um laboratório e também uma lavanderia.
Zulian também respondeu às afirmações do secretário municipal de Relações Institucionais, Wanderley de Almeida, de que a prisão teria sido excessiva. O responsável pela Operação Ouro Verde diz que respeita a opinião, mas justifica que o papel do ex-secretário motivou o pedido entregue à Justiça.
O promotor também explicou os fatores que formalizaram os mandados contra o empresário Sylvino de Godoy e do filho dele, o médico Gustavo de Godoy. Ele alega que ambos tiveram participação ativa no esquema de corrupção e atrapalharam o andamento das apurações desde a primeira fase das ações.
De acordo com o MP, cerca de R$ 7 milhões teriam sido desviados no sistema, articulado antes mesmo da OS Vitale assumir a gestão do Hospital Ouro Verde. Além de Bernardin, Sylvino e Gustavo, foram presas na 3ª fase da operação outras cinco pessoas que teriam envolvimento direto no escândalo de desvios.
João Carlos da Silva Júnior é um deles. Ele seria o lobista que intermediava a relação entre o ex-secretário e os fornecedores e diretores e membros da Vitale. Do total de oito detidos, três já foram ouvidos pelo Gaeco, que também já começou a avaliar as provas colhidas nos 11 mandados de busca e apreensão.