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Prefeitura aguarda R$ 300 milhões do Governo Federal para eliminar enchentes em pontos de Campinas

Foto: Guilherme Pierangeli

No último final de semana moradores e comerciantes de diferentes áreas de Campinas sofreram com as fortes chuvas do início da noite de sábado. A situação é pior em cinco pontos da cidade nos quais os alagamentos são frequentes: Na avenida Anchieta, próximo à prefeitura; Orosimbo Maia, nas proximidades do supermercado Paulistão; na região do kartódromo, na Lagoa do Taquaral; na avenida Princesa D’oeste, próximo à padaria Piracam, e na região do Piçarrão próxima ao Cortume.

Marco Antônio tem uma oficina mecânica na Orosimbo Maia há 12 anos, e relata que mesmo com o prédio da oficina tendo sido elevado, nem sempre ele se livra das enchentes. “Questão de uma hora se for muito o volume de água já começa a alagar aqui. Já cheguei a ter prejuízo por isso”.

Richard Federighi é proprietário de uma padaria na Avenida Princesa d’Oeste há 15 anos, e também elevou o estabelecimento dele para evitar que os alagamentos afetem o local. “A gente levantou o estabelecimento pra evitar alagamentos, mas pelos vizinhos a gente percebe, arrasta carro, arrasta caçamba”.

O frentista Silvan Moura trabalha em um posto próximo ao kartódromo da Lagoa do Taquaral, e relata ter visto várias enchentes no local. “Sempre que chove forte, alaga. Aí o pessoal do amarelinho interdita ali se não os carros descem e a água vai levando embora”.

Na avenida Anchieta, nas proximidades da prefeitura, os alagamentos também são frequentes, conforme relata Júlio Ferreira, que tem uma loja de roupas no local há 11 anos. Ele afirma que não chegou a sofrer prejuízos pois seus produtos ficam elevados, mas nem por isso escapou de contratempos.

Segundo o Secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella, estes quatro pontos ficam na micro bacia do Anhumas, e sofrem com processos que levam à impermeabilização da região, como a construção de empreendimentos e asfaltamento de vias.

O Secretário afirma que a prefeitura já tem o diagnóstico de quais obras são necessárias para a solucionar o problema e evitar novas enchentes nestes locais, porém, a questão financeira barra qualquer obra no momento. “Implicaria num conjunto de obras estimadas em R$ 300 milhões, dinheiro este que o município não tem para investimentos, mas está pedindo já há alguns anos para o Governo Federal, um financiamento dessa drenagem”.

A região do curtume é um problema a parte em relação ao dos outros quatro pontos citados, sendo o problema ali o ribeirão Piçarrão, e não o ribeirão Anhumas. Mas Paulella afirma que o número de empreendimentos imobiliários em construção naquela região poderá piorar a situação. “O curtume é uma questão menos complicada, mas vai se complicar no futuro pois aquela região também está sendo impermeabilizada e verticalizada, então isso vai piorar com o tempo naquela região”.

O comerciante Edinei Custódio mora na região há dois anos, e teve a cada inteira alagada na noite de sábado. Ele afirma que não irá aguardar melhorias na área, e deverá se mudar do local em breve. “Não foi tão forte a chuva, mas por causa da pavimentação do Parque Industrial a água bateu e voltou, e alagou tudo (…) perdi móveis, cama, guarda roupa, estou limpando a casa há três dias já, vou me mudar, não tem condições de ficar mais aqui”.

Enquanto aguarda os recursos federais, a prefeitura afirma tomar medidas para evitar ou amenizar enchentes, como limpeza de bocas de lobo, limpeza de canais, e obras de desassoreamento.

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