A morte de uma pessoa e a internação de outras duas por intoxicação por cloro em Campinas serve de alerta para o manuseio correto de substâncias no cotidiano doméstico. Mesmo diluídos, os produtos de limpeza exigem atenção.
A bioquímica, toxicologista e professora da Unicamp, Silvia Cazenave, explica que o risco existe. Ela enumera os cuidados. Um deles é evitar a troca do frasco ou da embalagem, já que a mistura pode gerar uma reação química nociva.
Outra indicação é que a pele esteja protegida durante a higienização de um cômodo da casa. O ideal é que botas e luvas impermeáveis sejam usadas para evitar o contato direto. O uso de dois produtos diferentes também é arriscado.
A liberação do cloro em gás foi o que causou a intoxicação de nove pessoas na academia Hydro Center, em Campinas, no fim de novembro. A suspeita é de que duas substâncias usadas em piscinas tenham sido misturadas em um balde.
Três alunos tiveram sintomas graves e foram internados. Samuel Squarisi, de 38 anos, morreu no dia seguinte. Uma mulher de 51 anos e um homem de 39 seguem em tratamento, mas o estado de saúde dos dois não foi divulgado.
A toxicologista afirma que o único procedimento a ser usado na recuperação dos pacientes é a respiração por ventilação mecânica, já que o gás, usado inclusive como arma na 1ª Guerra Mundial, causa danos imediatos nas vias aéreas.
A academia Hydro Center não tem licença de funcionamento da Vigilância Sanitária, segundo a Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Campinas. O estabelecimento permanece fechado e emitiu posicionamento sobre o caso.
Conforme a nota, os responsáveis se dizem empenhados no caso e informam que contrataram uma empresa especializada para apurar as causas do acidente. Nas redes sociais, também postou uma mensagem de luto, em virtude da morte.