A Polícia Civil de Campinas começará ouvir as testemunhas da chacina que deixou seis pessoas mortas e outras três feridas nesta terça-feira, dentro da Catedral Metropolitana de Campinas. Além das pessoas que estavam na igreja no momento dos tiros, os policiais também vão colher o depoimento dos familiares de Euler Fernando Grandolpho, que invadiu o templo religioso, disparou contra os fiéis e se matou em seguida. Os investigadores querem traçar um perfil psicológico do atirador, numa tentativa de buscar qual teria sido a motivação do crime.
O que já se sabe é que Grandolpho era uma pessoa solitária, que se isolou na casa do pai, em Valinhos, depois que deixou o emprego que tinha no Ministério Público de São Paulo. Ele não tinha relacionamentos e nem amigos e tinha mania de perseguição, segundo os policiais. A perícia técnica da polícia civil informou também que o atirador efetuou 22 disparos e que com ele, havia ainda outros cartuchos com mais 50 munições no total. Essas munições eram antigas, porque não constava o número dos lotes de fabricação, o que facilitaria a busca pela origem dos projéteis.
De acordo com o delegado do Deinter 2, José Henrique Ventura, a família de Grandolpho se surpreendeu com o fato dele possuir armas e munição. O pai do atirador informou a polícia que o atirador sequer teria dinheiro para comprar o armamento. Os policiais que impediram que o assassino continuasse atirando nos fiéis dispararam nove vezes dentro da igreja. A arma usada no crime, uma pistola 9 mm não é mais usada pelas forças armadas brasileiras, o que indica que deveria pertencer a algum colecionar ou praticante de tiro esportivo.
Inicialmente, a polícia descarta que outra pessoa tenha ajudado o assassino a cometer os crimes. Também não há nenhuma ligação entre Grandolpho e as vítimas da chacina.
