Uma líder comunitária de Campinas é suspeita de ter sido usada como laranja pelo partido dela nas eleições do ano passado.
Aparecida Custódio dos Santos (PR), conhecida como Bugra, foi candidata a deputada estadual e recebeu mais de R$ 500 mil em verbas do fundo partidário para a campanha. Porém, ela conseguiu apenas 507 votos e não foi eleita.
Essa campanha foi a primeira na qual o fundo partidário dispôs de recursos exclusivos para mulheres, e mulheres tiveram candidaturas de fachada para repassar os valores a candidatos homens.
Foi instaurado um inquérito nos ministérios públicos Estadual e Federal em São Paulo para investigar 60 candidaturas como essa em SP. Outras 42 candidatas devem justificar o recebimento de valores significativos e o fato de terem obtido poucos votos.
De acordo com o Ministério Público, os partidos inscreveram mulheres para preencher a cota e direcionar recursos. Ao preencher 30% das vagas com candidatas mulheres, o partido garante participação no fundo eleitoral.
Bugra afirma que não participou de nenhum esquema para direcionamento de verba para outro candidato. O partido garante que os repasses do fundo foram feitos dentro da lei.