A informação de que o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, do PSB, reclamou sobre o contato entre a Comissão Processante e os promotores do MP foi recebida com naturalidade pelo vereador Luiz Henrique Cirillo, do PSDB.
O parlamentar preside o processo que apura se o Chefe do Executivo foi omisso diante dos desvios no Hospital Ouro Verde e acredita que a possibilidade do assunto ir parar na Justiça existe, porque se trata de um direito de Jonas.
Por outro lado, como isso ainda não aconteceu, acredita que a situação comprova que o trabalho da Comissão se baseou na Constituição. Na opinião dele, a atuação desde dezembro se desenrolou de maneira justa e transparente.
As afirmações de Cirilo se dão após a confirmação do subprocurador-Geral de Políticas Criminais e Institucionais do Ministério Público, Mario Luiz Sarrubbo, de que o prefeito manifestou o desagrado pessoalmente em uma reunião.
O encontro resultou em uma reclamação oficial de Jonas. No documento, a defesa utiliza o argumento de que “o compartilhamento de informações entre o MP e a CP com relação à delação premiada precisaria de autorização judicial”.
O documento, no entanto, acabou arquivado pelo Ministério Público, que não viu indícios de irregularidades. Questionado sobre isso, o presidente da Comissão, Luiz Henrique Cirillo, afirmou ter feito tudo dentro da normalidade.
Instaurada no fim de 2018, a Comissão Processante encerrou a etapa de instrução após ouvir as testemunhas de acusação, defesa e o próprio prefeito. Atualmente, o relatório é elaborado e deve ser entregue até o próximo dia 22.
A data foi estipulada pelo relator da CP, Gilberto Vermelho, do PSDB, depois que membros da Casa pediram a leitura do documento o mais breve possível. A ideia é que a votação que pode cassar o prefeito ocorra antes do carnaval.
