Contrário à construção da Barragem entre Pedreira e Campinas, o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental de Campinas demonstra preocupação com o que define como falta de garantias documentais para o projeto. Após reunião com técnicos e engenheiros do Departamento de Águas Energia Elétrica e Esgoto, responsável pelo empreendimento, os conselheiros se dizem insatisfeitos com as respostas e consideram que as dúvidas não foram supridas.
A obra recebeu o sinal verde no fim de janeiro através da licença final, mas o vice-presidente do Congeapa, Pedro Rocha Lemos, afirma que muitos pontos foram ignorados. Um exemplo seria um plano para recuperação de nascentes.
A barragem vai inundar uma área extensa do distrito de Sousas, em Campinas. Pela proximidade com Pedreira, cerca de 2 quilômetros, a segurança da população da cidade também está entre os pontos cobrados pelo Congeapa. O tema veio à tona principalmente por conta do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, mas também chama atenção do vice-presidente pela falta de clareza sobre a motivação inicial para a elaboração do projeto.
O porta-voz do conselho, Pedro Rocha Lemos, alega que a justificativa atual, para abastecimento de 23 cidades da região, não consta nos documentos iniciais, que indicavam a execução da obra para atender e Refinaria de Paulínia. Outros questionamentos também foram feitos aos representantes do DAEE. Entre eles, uma solução para os peixes durante a piracema e a construção de uma adutora para transportar água até a estação de tratamento em Campinas.
O órgão estadual foi questionado sobre o posicionamento do Congeapa. Em nota, afirma que “no processo de licenciamento são considerados todos os aspectos relacionados ao meio ambiente, inclusive a preservação da fauna”. No comunicado, afirma ainda que “as obras seguirão rigoroso plano de segurança e fiscalização” e “ressalta ainda que os equipamentos são totalmente distintos das barragens de Mariana e Brumadinho”.
