Nenhuma criança deveria morrer de câncer. Esta é uma iniciativa global que em Campinas recebeu a adesão do Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico que é referência na América Latina no tratamento de câncer em crianças e jovens.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o câncer é uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes em todo o mundo. Nos países ricos, mais de 80% das crianças com câncer são curadas, mas em muitos países de baixa e média renda esta porcentagem é bem menor.
Diante desse cenário, essa iniciativa global da Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica, que recebeu a adesão da Organização Mundial da Saúde, estabeleceu o objetivo de alcançar até 2030, pelo menos 60% de sobrevida para as crianças com câncer vivendo nos países de baixa renda ou em desenvolvimento.
Ao longo de 40 anos de atuação, O Boldrini tem alcançados resultados muito próximos dos maiores centros internacionais. No entanto, Brandalise defende um melhor resultado para todo o país. No Brasil este índice cai para cerca da metade: 47%.
Para Brandalise, o Brasil tem condições de atingir os mesmos resultados dos países ricos, desde que haja acesso irrestrito a um tratamento de qualidade, infraestrutura para o diagnóstico rápido e medicamentos que tenham eficácia e segurança.
Ela lembra do problema enfrentado pelo setor em 2017, quando o então ministro da Saúde Ricardo Barros, adquiriu um medicamento essencial, a aspariginase chinesa, que ela alertou ser de baixa qualidade.
Entre outras razões para este fraco resultados no Brasil estão incapacidade de obter um diagnóstico preciso, falta de acesso à terapia quimioterápica essencial, abandono do tratamento, morte por efeitos colaterais e alta taxa de recaída.