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Paciente enfrenta problemas para tratar câncer no Mário Gatti

Um grupo de mulheres de Campinas se uniu para tentar ajudar uma amiga que está enfrentando dificuldades para tratar um câncer por meio rede pública municipal de saúde. A paciente não quis revelar sua identidade, e não quis gravar entrevista, mas uma das amigas dela, a Contabilista Alexsandra Furlan, detalhou a situação da paciente.

Segundo Alexandra, a amiga dela começou a sentir dores de estômago e também a perder peso no início de dezembro do ano passado. Ela foi ao Mário Gatti, e após exames laboratoriais foi constatada uma anemia profunda. O médico solicitou então a realização de uma endoscopia. “No dia 10 ela realizou essa endoscopia e foi constatado que ela estava com um tumor no estágio avançado, ela já ficou internada e ficou seis dias esperando para realizar a cirurgia. No dia 16 foi realizada a cirurgia e eles retiraram todo o estômago e parte do intestino”.

O esôfago dela foi ligado diretamente ao intestino. “Eles conseguiram retirar todo o tumor e em 22 de dezembro ela recebeu alta sem avaliação de nutricionista e sem encaminhamento de retorno algum”

Após muita insistência, as amigas conseguiram marcar o retorno da paciente para 10 de janeiro, quando foi realizada a retirada dos pontos da cirurgia. Duas guias de encaminhamento foram emitidas, para consultas com nutricionista e oncologista. Porém, na própria consulta já foi alertado que a fila de espera estava grande, e não havia previsão para a realização dos agendamentos.

Sem conseguir agendar consultas na rede pública, as amigas passaram a custear as consultas na rede particular. Em uma delas foi constatado um procedimento inadequado na cirurgia. “Aí nós pagamos uma endoscopia particular onde foi verificado que colocaram um grampo maior do que o necessário pois eles não tinham (no Mário Gatti) esse material no tamanho correto para a cirurgia dela. Nessa endoscopia particular eles retiraram o grampo e colocaram o grampo no tamanho correto”.

Segundo Alexsandra, a paciente passou a engasgar com todo tipo de alimento desde que obteve alta hospitalar. As amigas conseguiram uma consulta com um Oncologista para que ele analisasse os exames. “O Oncologista passou para gente que ela precisa fazer a quimioterapia no máximo 60 dias após a cirurgia e a gente não consegue marcar consulta com o oncologista e nutricionista pelo Mário Gatti”.

Alexsandra disse que as amigas não têm como ajudar a bancar a quimioterapia particular, pois isso teria um valor muito alto por sessão, chegando a milhares de Reais. A situação preocupa as amigas, pois a paciente é a principal fonte de renda da casa dela, cuida dos pais, idosos, e de um filho de 18 anos.

Alexsandra afirma que elas entraram em contato com a prefeitura, e receberam a resposta que a paciente já estava inscrita no programa, e que teria de aguardar a vez dela.

Em nota, a prefeitura informou o seguinte: A paciente teve sua cirurgia realizada no dia 19 de dezembro, com alta em 22 de dezembro de 2018. Ela está fazendo acompanhamento pelo Hospital Mário Gatti e sua última consulta com o cirurgião que a operou foi no dia 10 de janeiro deste ano.

Nesta data, a paciente foi inserida na Central Municipal de Regulação para que possa passar pelo atendimento com oncologista e nutricionista e iniciar a quimioterapia. O Hospital Mário Gatti tomará providências para apurar a alegação de que teria sido feito um procedimento inadequado na cirurgia da paciente.

Questionada sobre quando a paciente poderá iniciar as sessões de quimioterapia, a assessoria de imprensa da Prefeitura respondeu que a previsão, até o momento, é que a paciente possa receber atendimento após dois meses do ingresso na central, ou seja, a partir do dia 10 de março.

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