Um homem assustou pacientes e feriu uma mulher no Hospital Ouro Verde na noite de quinta-feira, em Campinas. De acordo com testemunhas, ele teria entrado em surto por causa da demora no atendimento. Descontrolado, ele quebrou vidros, chutou cadeiras e agrediu um segurança. Estilhaços de vidros atingiram uma mulher que aguardava a filha ser atendida, lhe causando ferimentos no pé.
Esse é apenas mais um episódio de uma sucessão das quais o Hospital Ouro Verde tem sido protagonista nos últimos anos, se tornando, inclusive o estopim de uma investigação Ministério Público. A Operação Ouro Verde teve início em novembro de 2017, quando foi desarticulado um esquema criminoso de desvio milionário de dinheiro público do setor da Saúde.
Como reflexo, o atendimento prestado à população tem sido muito prejudicado, gerando o sofrimento de pacientes que com frequência se queixam da demora e da qualidade do serviço oferecido. Como ocorreu com o paciente Antônio Celso no fim do ano passado. A OS Vitale, ex-administradora do hospital, foi apontada como responsável pelos desvios.
Segundo o promotor do Ministério Público, Jose Tadeu Blaglio, a Vitale, que não deveria ter fins lucrativos, obteve vantagem patrimonial indevida, através do desvio sistemático de recursos públicos da saúde. A operação prendeu dezenas de agentes públicos, entre eles, alguns do alto escalão, como o ex-secretário de assuntos jurídicos, Sílvio Bernardin, além de empresários e lobistas.
Servidores públicos foram apontados pelo MP como responsáveis por aprovar a prestação de contas da Organização Social Vitale. Pelo acordo, os acusados teriam recebido R$ 1 milhão e 200 mil em propinas. Para o promotor Daniel Zulian, está bem claro que sempre houve irregularidade no contrato.
A Operação motivou a instalação de uma Comissão Processante na Câmara de Campinas para apurar se houve responsabilidade do prefeito Jonas Donizette nos desvios de verbas públicas do Hospital. Jonas foi inocentado pela CP, mas as investigações do MP continuam.
Sobre a ocorrência na noite desta quinta-feira, a Rede Mário Gatti informou que o homem que entrou em surto é paciente psiquiátrico e a ocorrência não está relacionada à espera no atendimento. A segurança do hospital interveio prontamente e a Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas.
