O Governo Federal ainda avalia como buscar recursos para garantir a conclusão do projeto Sirius, uma fonte de luz sincrotron de 4ª geração, que está em fase final de montagem em Campinas. A afirmação é do Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, que esteve visitando o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais na cidade, liderando uma comitiva formada por representantes dos países que compõem o BRICS. O projeto já consumiu R$ 1,3 bilhão e ainda serão necessários o investimento de pelo menos mais R$ 400 milhões.
O ministro Marcos Pontes reconheceu que os investimentos no projeto Sirius não estão dentro de um patamar considerado ideal, mas ele fez questão de ressaltar os esforços feitos pelo Governo Federal diante do quadro de recessão econômica. Uma decisão do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, destinou parte das verbas do fundo da Operação Lava Jato ao Sirius. Sobre esse acordo, que prevê a destinação de R$ 250 milhões da Petrobrás, o ministro Marcos Pontes disse que ainda não definiu quanto desse total será repassado ao Laboratório Nacional de Luz Sincrotron. Isso porque outros projetos de igual importância para o desenvolvimento do norte e do nordeste também serão agraciados com este recurso.
O projeto completo, que inclui o prédio, as três estruturas aceleradoras e as 13 estações de pesquisa, chamadas de linhas de luz, deveria ser entregue no ano que vem. Com as mudanças no cronograma por causa da diminuição do repasse de recursos, o projeto Sirius pretende entregar entre três e seis linhas até o segundo semestre do ano que vem. De todo o modo, o diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais e chefe do projeto de construção do Sirius, José Roque, diz ainda não é possível definir um novo cronograma de liberação de todas as linhas. Ele afirma que tudo isso vai depender quando e de que forma os recursos serão repassados pelo Governo Federal.
O Brasil é o primeiro país dos BRICS a contar com uma fonte de luz sincrotron de última geração. Em relação ao Sirius, só há outro equipamento em operação comparável no mundo, que fica na Suécia.
