O assalto no Aeroporto de Viracopos em Campinas, no último dia 17, que assustou passageiros e funcionários do terminal, relembrou o drama de moradores de Campinas que sofreram com grandes roubos em empresas transportadoras de valores, como no bairro São Bernardo, por exemplo. Alguns moradores ainda lembram da noite que levou pânico ao bairro, como conta a moradora Deolinda Righi.
No entanto, a situação divide opiniões de moradores e comerciantes no bairro. Para Maria Helena, por exemplo, a empresa não incomoda e não oferece risco. O assalto à empresa Protege aconteceu na madrugada de 14 de março de 2016 em uma ação cinematográfica que durou cerca de uma hora e meia e teve explosões e tiros de metralhadora ponto 50.
Os disparos atingiram estabelecimentos e prédios próximos e foram ouvidos a quilômetros de distância. Na ocasião, os bandidos levaram cerca de R$ 50 milhões. Quatro bandidos foram presos durante as investigações e quatro policiais que investigavam o caso foram presos por corrupção pela Corregedoria da Polícia Civil e Ministério Público, em Campinas.
Na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, aprovada em 2018, foi criada em Campinas uma subcategoria específica para as empresas de transporte de valores, cujo enquadramento é Serviço de Transporte de Alta Incomodidade, tornando autorizada a instalação desse tipo de atividade apenas em Zonas de Atividade Econômica específica, em áreas industriais, próximas a rodovias e ao Distrito Industrial.
Ou seja, a determinação agora é de que nenhuma empresa de transporte de valores poderá se instalar em bairros residenciais. A exigência, no entanto, não inclui empresas que já estejam nestes bairros.
