Uma gravadora sempre quer que o artista venda mais a cada lançamento. Mas como esperar isso de um grupo que tinha atingido marcas razoáveis com os três primeiros discos, e que ainda estava faturando com os bons números de uma coletânea gravada ao vivo ? A resposta do Kiss veio com Destroyer.
Lançado nos Estados Unidos no dia 15 de março de 1976, o disco Destroyer traz a formação clássica do Kiss, com Paul Stanley e Eice Freeley nas guitarras, Gene Simmons no baixo e Peter Criss na bateria. Mas um quinto nome não pode ser esquecido nessa história, é o do produtor Bob Ezrin. Ele já havia trabalhado com Alice Cooper e foi contratado pela gravadora Casablanca especialmente pra esse projeto. Além de participar de quase todas as composições, Bob trouxe ideias novas, afinal, era a primeira vez que um disco do Kiss tinha músicos de orquestra, efeitos especiais e coral de crianças.
O trabalho do produtor Bob Ezrin não parou por aí. Ele chegou a dar aula de música aos integrantes do Kiss, pois nenhum deles tinha conhecimento teórico. Todo esse comprometimento foi reconhecido anos mais tarde por todos do quarteto. Até Ace Frehley que foi o menos cooperativo durante às gravações, tanto que o guitarrista Dick Wagner chegou a tocar em algumas faixas, elogiou a postura de Bob Ezrin e disse que aprendeu muito.
A capa do disco Destroyer foi a primeira em que o Kiss apareceu desenhado e não em foto. Os quatro estão em cima de pedras amontoadas, vestidos com as tradicionais fantasias, e ao fundo, uma cidade destruída e em chamas. O responsável por esse trabalho foi o artista Ken Kelly, mas ele quis assistir a um show da banda antes de colocar a ideia no papel. O resultado foi que a combinação rock pesado, energia, apresentação teatral e pirotecnia ficou muito bem representada, e a imagem do Kiss ganhou um apelo de super herói, algo que foi muito bem explorado comercialmente com dezenas de produtos, incluindo bonecos.
Quando atingiu quinhentas mil cópias, algo que já havia sido alcançado com a coletânea ao vivo, as vendas de Destroyer começaram a diminuir, e foi aí que aconteceu a surpresa que garantiu que o grupo chegasse pela primeira vez a marca de um milhão de discos vendidos somente nos Estados Unidos, ainda no final de 1976.
A romântica Beth, cantada pelo baterista Peter Criss, foi um sucesso inesperado e propiciou uma arrancada nas vendas e disco de platina a Destroyer. Ela que chegou a ser lançada no lado b de um compacto, foi mais tarde relançada, desta vez no lado a, onde costuma ficar a chamada música de trabalho.
Com público garantido nos Estados Unidos, o Kiss partiu para excursões internacionais e teve popularidade igual ou maior do que em sua terra natal, e sem dúvida, Destroyer foi fundamental nessa explosão no número de fãs, tanto que a revista norteamericana Rolling Stone, que fez críticas negativas na época do lançamento, se redimiu em 2003 colocando Destroyer numa lista dos 500 melhores discos de todos os tempos.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi