O número de casos de dengue em Campinas em 2020 pode superar a epidemia registrada em 2019. Quem afirma é o responsável pela Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo, a Sucen, doutor Marcos Boulos. Para ele, a cidade, que tem 26.259 confirmações da doença até o último balanço oficial divulgado no final de novembro, corre o risco de ter mais infectados por conta da circulação do sorotipo 2 e da proliferação do mosquito aedes aegypti.
“É possível que nós tenhamos uma epidemia maior em Campinas. É o novo sorotipo que tem feito esse desastre todo. Tem que evitar a proliferação. Porque, se subir, a epidemia será mais intensa ainda no começo do ano que vem”, prevê.
Ainda conforme o superintendente da Sucen, Campinas não tem em números percentuais o montante de casos de dengue próximo aos índices de Bauru e São José do Rio Preto, mas costuma ter registros altos devido ao porte populacional. Boulos detalha que o município tem sofrido com a doença devido a circulação do sorotipo 2, assim como todo o estado de São Paulo. A situação deixa a população suscetível e faz com que ocorrências mais graves sejam detectadas.
“É o sorotipo 2 que está comandando o número de casos em todo o estado de São Paulo e por isso que nós estamos com casos mais graves. E ainda temos um contingente grande de pessoas que ainda não foram infectadas no estado”, diz.
Para reduzir a proliferação do mosquito, as secretarias de Estado da Saúde e da Educação vão montar uma força-tarefa de combate aos criadouros. A intenção é contar com os estudantes das escolas estaduais, municipais e particulares. Entre os dias 25 e 30 de novembro, as unidades educacionais vão desenvolver ações práticas. Entre elas, a verificação do ambiente escolar para eliminar potenciais criadouros do inseto, mantendo os espaços limpos para as férias.