Os trabalhos de execução dos corredores do BRT ocupam trechos da região central de Campinas há mais de um mês e meio. E as obras em vias como Saldanha Marinho, João Jorge e Marquês de Três Rios preocupam a população. Quem trabalha, mora, ou passa todos os dias por locais com as intervenções diz entender que os transtornos gerados são normais para que as melhorias aconteçam, mas teme que os bloqueios, desvios e interdições se prolonguem.
Na Saldanha Marinho, por exemplo, além da queda no movimento do comércio, a escavação da rua mudou também o trajeto de quem precisa caminhar pela região. Sem poder atravessar a via, Pedro José precisa andar muito mais. “Eles falam que até o final desse mês eles terminam, mas é difícil acreditar. E pra andar precisa dar a volta. Precisa ir lá do outro lado pra chegar aqui”, conta.
Na João Jorge, um dos principais gargalos do transporte público, a preocupação é ainda maior, já que as obras fizeram com que os pontos de parada de ônibus fossem realocados para as calçadas das marginais. As mudanças foram várias.
Maria Jeane enfrenta uma verdadeira saga todos os dias para seguir de um local ao outro. A culpa é da distância entre os abrigos, já que a travessia da avenida só é feita em algumas passagens de pedestres ao longo do trecho interditado. “Se a gente precisar ir pra outro ponto, ou tem esse retorno próximo, ou tem que andar até lá na frente. Tem que andar. E você pode até perder o ônibus”, relata.
A reportagem esteve nos lugares por onde vão passar os ônibus do BRT no centro de Campinas. Em todos foi possível notar homens trabalhando e máquinas operando em meio às áreas sem asfalto e com tubulações aparentes.
A Emdec foi questionada pela produção sobre o andamento e os prazos da construção e se havia algum tipo de atraso previsto nas vias citadas na reportagem. A resposta veio através de nota enviada pela assessoria de imprensa. No comunicado, diz que “as obras na Rua Saldanha Marinho, iniciadas em outubro, devem ser finalizadas em até 30 dias”. Portanto, até meados de dezembro. Já na João Jorge, a previsão é de seis meses, até abril de 2020.
O texto detalha ainda que os trabalhos na Avenida João Penido Burnier “devem se estender até junho de 2020”. Na Rua Marquês de Três Rios, as obras iniciadas em 11 de novembro possuem previsão de duração de cerca de 60 dias. Por fim, argumenta que “os prazos de conclusão dos trechos de obras no Centro podem sofrer alterações, por se tratar de uma região com diversos patrimônios histórico-culturais e redes antigas”. Trata-se, portanto, “de uma etapa sensível”.
